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Estamos
encarando hoje, também no escotismo, uma nova ideologia de gênero, onde as
pessoas se auto intitulam, sem base alguma ser algo que não são, só por suas
convicções pessoais. Sabemos que para a maioria deles é por puro
desconhecimento do que seja uma coisa ou outra. Outros por simples má fé e com
intuito de auferir algo particular.
Nos últimos dias tenho entrado em algumas discussões e embates na internet por encarar alguns escotistas fazendo o que é claramente errado, escoteiramente falando e ainda se vangloriando e induzindo outros ao erro.
Nos últimos dias tenho entrado em algumas discussões e embates na internet por encarar alguns escotistas fazendo o que é claramente errado, escoteiramente falando e ainda se vangloriando e induzindo outros ao erro.
Nos últimos
anos após o sucesso da FET na prática do escotismo tradicional, vários grupos
foram adotando essa forma de prática, mas alguns só se utilizam dos nomes tanto
da FET quanto do escotismo tradicional para fins personalíssimos. Falamos isso
porque tivemos registros destas práticas além de analisarmos as práticas escoteiras destes podemos ver que tem pouco ou nada
tradicional.
Mas por que
eles não devem ser considerados tradicionais?
Tradição
é uma palavra com origem no termo em latim traditio, que significa
"entregar"
ou "passar
adiante". A tradição é transmissão de costumes,
comportamentos,
memórias,
crenças,
para pessoas de uma comunidade, sendo que os elementos transmitidos passam a
fazer parte da cultura.
Então se é a
transmissão de costumes e comportamentos, de cara não cabe invenções, tradições
não são criadas para serem tradições, são comportamentos aceitos comumente por
todos e se transformam e hábito.
Então, o escotismo tradicional é a transmissão das práticas escoteiras que por décadas foram praticadas e de forma completa não somente as partes que se acreditam que sejam. E vamos mais ao fundo, não se pode dizer que algo é tradicional com mudanças de imagem, significado e método.
Então, o escotismo tradicional é a transmissão das práticas escoteiras que por décadas foram praticadas e de forma completa não somente as partes que se acreditam que sejam. E vamos mais ao fundo, não se pode dizer que algo é tradicional com mudanças de imagem, significado e método.
Para deixar
mais claro não tem como ser escoteiro tradicional só porque usam lenço e um
uniforme, sem ter recebido a transmissão do conhecimento de outras pessoas. Tem
que se praticar o escotismo da forma mais original possível, cumprindo seus
deveres de seguir e a Lei Escoteira, sendo digno de confiança e leal.
Quem não age como escoteiro, como escoteiro não deve ser tratado.
Quem não age como escoteiro, como escoteiro não deve ser tratado.
Podemos tomar
como exemplo um estudante de seminário que sem o terminar ou terminando se auto
intitula Ministro (Padre, pastor, etc) e começa
a praticar da forma que acredita.
Ele pode fazer isso?
Legalmente
sim, moralmente não é bem visto. Ele com certeza terá quem o siga e muitas
vezes sem saber toda a verdade pro traz da vida desta pessoa e assim que
descobrem podem sofrer desilusões tão fortes que misturam a pessoa com a fé e
as instituições.
Da mesma
forma estamos vendo isso acontecer no escotismo, associações se chamando
ilegalmente de federações, uniões ou ligas. Digo ilegalmente, pois as mesmas
não possuem nenhum registro formal em lugar nenhum, não possuem sede e alguns
se dizem fazer parte de uma instituição sem pertencer, cometendo crime de
falsidade ideológica. E ainda há a questão moral onde os seus dirigentes não
possuem formação escoteira condizente e se auto intitulam os mais altos ranks
escoteiros.
Diante destes
acontecimentos levantamos alguns filtros para identificação de qual linha de
interpretação escoteira a associação ou o grupo segue.
VISUALMENTE
Olhando o
grupo de pessoas, verifique a forma de uso do uniforme e seus distintivos.
Neo escotismo – Usam o traje ou vestimenta como roupa cerimonial, ou seja, só nas ocasiões especiais. Os distintivos são bem coloridos e com aparência de logomarcas. Os jovens tem total liberdade de mostrar suas individualidades.
Neo escotismo – Usam o traje ou vestimenta como roupa cerimonial, ou seja, só nas ocasiões especiais. Os distintivos são bem coloridos e com aparência de logomarcas. Os jovens tem total liberdade de mostrar suas individualidades.
Escotismo tradicional – Usam uniforme
em todas as ocasiões e estes tem aparência militar. Os distintivos são simples
e significativos, iguais ou bem parecidos com os originais. Os jovens são
levados a mostrar espírito de corpo e uniformidade.
Libero escotismo – Usam uniformes ou
trajes, os distintivos alguns são logos outros se parecem com os originais. Não
existe padronização definida usam símbolos diversos oriundos de diversas
instituições não escoteiras, muitas vezes parecendo tradicional e outras neo
escoteira.
FILOSOFICAMENTE
Neo escotismo
– Aplica princípios neoliberais da educação, onde os escritos originais são
apenas livros de inspiração. Definido com um programa de jovens, onde o jovem é
responsável pela definição de suas tarefas, bem como a avaliação do êxito. Sistema
de progressão atrelada a idade. Nomenclatura moderna, com atualização de
objetivos e apresentações.
Escotismo tradicional
- Aplica-se a educação tradicional, onde
os escritos originais são a base de tudo. Definido pelo programa escoteiro,
onde é apresentado um mapa de desafios os quais os jovens são estimulados a
vencer. É meritocrático e o plano de etapas está atrelado ao desenvolvimento
individual. Nomenclatura escoteira, com base na tradição e idioma do país.
Libero
escotismo – Aplica-se os princípios que cada associação acredita ser mais
aplicável, usam parte dos escritos originais e parte pedagogias modernas. Fazem
um mix do sistema de progressão, programa escoteiro e muitas vezes sistema
religioso. Nomenclatura livre, podendo até mudar nomes como os de seção e até
se abstendo do nome escoteiro.
Então diante
destes pontos fica fácil nós entendermos quais correntes seguem, sem nos
atrelarmos somente na definição ou sermos levados ao erro.
O ultimo
alerta é quanto a real estrutura da instituição escoteira, chequem os registros
legais, o background de seus dirigentes e a formação escoteira de cada um.
Parece algo muito radical, mas nos últimos tempos estamos encarando
instituições fantasmas onde não possuem personalidade jurídica ou
reconhecimento governamental nenhum, outro se dizendo representantes de
instituições nacionais ou internacionais, autointitulados Insígnia da Madeira,
currículo escoteiro fake.
Estamos em um
período de pluralidade associativa, o que é de certa forma boa, pois temos
espaço para todos e por outro lado preocupante, pois alguns estão criando
associações para o bem particular.
Ao meu
entender se alguém sai de uma instituição e cria outra com fins idênticos,
copiando P.O.R e manuais, se auto denominando uma linha ou outra é no mínimo
duvidoso. Pois se a vontade é praticar o escotismo e ajudar os jovens e eu me
alinho com o pensamento e organização de algo já existente. Por que gastar
dinheiro e tempo para “criar” uma estrutura completa a não ser por satisfação
própria?
Então se
indague. O que estou fazendo pelo escotismo? E não. O que o escotismo está
fazendo por mim?
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