Uma mineira que desde nova gostava de aventura e de colocar junto a natureza, por vários anos morou na “roça” acompanhando seu pai, mudou para Brasília em 65, como professora formou vários alunos e mudou a vida de várias pessoas.
Perto da sua aposentadoria conheceu o escotismo, através dos seus filhos, rapidamente foi galgando graus e adquirindo conhecimento, eleita como chefe de grupo 2 anos após seu ingresso, chamada para ser diretora da região escoteira não hesitou e com essa atribuição veio também a coordenação dos distritos escoteiros recém criados, com muita sabedoria fez o distrito a ela confiado ser o melhor e mais ativo.
Com todo este conhecimento escoteiro não foi difícil colocar todo o método dentro da sala de aula mudando assim a vida de vários jovens, como era uma mulher hiperativa e proativa também militou na defesa do meio ambiente, sob sua liderança foi criada Associação dos amigos do Verde de Taguatinga, teve seus telefones grampeados, pois suas idéias eram grandes e afetavam a vida de algumas grandes autoridades.
Perto do fim um câncer acreditou que iria derrubá-la, mas ela mostrou que nem isso poderia pará-la, mesmo sofrendo os efeitos das quimioterapias ela ficava de pé como uma grande líder, sendo reeleita como chefe de grupo mesmo estando doente. Cargo que ela tomou posse 1 semana antes de falecer.
Sempre dizia que o mundo não para e que temos nos manter apegados ao trabalho.
Como mulher criou dois filhos, como professora e mãe os educou e os fez bons, separada enfrentou desde depressão até penhora de seus bens por causa de dividas de seu ex marido. Se manteve ativa e presente na vida destes jovens até nos últimos momentos. Lembro dela momentos antes de sua morte preocupada com todos, até o momento que seu corpo não resistiu e parou de respirar, coloquei em prática os conhecimento que ela mesma me estimulou a buscar, a mantive viva até chegar a porta da UTI, ela ainda sobreviveu por mais 4 horas.
As 4h50min do dia 19 de abril de 1997 não resistiu mais e veio a falecer, ainda me lembro das palavras do médico.
Você é o filho da Chefe Elza? Respondi – Sim. Então você é escoteiro e posso te dizer. Sua mãe acabou de ter óbito.
Fiz o que ela sempre me pediu, perguntei se poderia doar algo ele disse q não poderia por causa da doença. Então me virei e voltei para o quarto do hospital e nem sequer lembrava o “Pai nosso”.
Fizemos tudo que ela havia pedido um grande funeral, com a presença de vários amigos e irmãos escoteiros e cantamos a canção da despedida ao descer do caixão. Logo após reunimos os amigos e fizemos uma festa em minha casa em memória dela, muitos acham que isto é desrespeito, mas para mim era a realização do que minha mãe tinha me pedido e como o escoteiro é obediente e disciplinado festejamos termos conhecido e vivido junto a aquela maravilhosa pessoa.
Mãe (estou aos prantos escrevendo), tu foste, tu és e tu serás minha referencia de vida, se hoje suporto tudo da forma que faço é graças ao que me ensinaste.
Hoje tento ser tudo aquilo que sonhou para mim.
Te amo e sei que “um dia certamente o senhor vai nos juntar”.
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