Visão e Missão da FET

Depois de pedidos de alguns seguidores posto hoje a missão e a visão da Federação a qual faço parte.
Visão


Visão e Missão


A FET surgiu para resgatar o escotismo nos seus moldes originais, sem desprezar os avanços das ciências, aproveitando assim o conhecimento tecnológico moderno sem perder os valores basilares escoteiros.

A FET acredita que através das atividades centenárias escoteiras, aplicadas de uma maneira lúdica e progressiva podemos alcançar todos os objetivos educacionais propostos pelo Fundador: Formar bons cidadãos ativos em suas comunidades com o vigor da juventude.

A FET não é adepta aos criacionismos no que diz respeito ao método escoteiro, adequando a forma tradicional às ferramentas modernas.

Missão

A Missão da FET é conservar vivo o escotismo tradicional e o levar a posição de principal movimento juvenil Brasileiro, sem deturpações ou criações de métodos, utilizando exclusivamente o escotismo como meio de melhoria da sociedade.

Tem o objetivo de congregar todos os escoteiros e grupos escoteiros que se identifiquem com a nossa visão e que se submetam mutuamente às regras estabelecidas pelos órgãos competentes.

O Escotismo Tradicional

O Escotismo tradicional se baseia nos escritos originais do fundador, que por seu grande conhecimento e vivência conseguiu agregar fundamentos pedagógicos e filosóficos, colocando-os em um método conhecido como Método Escoteiro ou puramente Escotismo.

O Escotismo tradicional mantém sua imagem, a qual faz parte da cultura mundial, com seus membros utilizando uniformes no padrão militar, com adornos tipicamente escoteiros como o lenço e seus distintivos próprios, atraindo o jovem a um mundo de conquistas e desafios.

Os tradicionais acreditam no sistema de conquista de etapas, onde o jovem é estimulado a transpor uma série de desafios a ele apresentado, e como reconhecimento da sua superação lhe é conferido uma série de distintivos que reconhecem o esforço, esforço esse que foi adequado as suas condições, sociais, físicas, intelectuais e espirituais.

Mesmo sendo tradicionais, os escoteiros não deixam de utilizar tudo que a tecnologia lhes confere, desde que essa venha para o crescimento, pois o bom escoteiro é forjado em meio à natureza da forma mais pura e rústica possível.

Queremos assim nos ligar mais diretamente, e puramente, com nossos antepassados que fizeram a história e contribuíram para a formação das bases morais de pessoas, povos e nações.

O passado

Analisando nosso passado, vimos que muitas coisas mudaram de lá para cá, algumas mudanças necessárias para nosso crescimento e outras em detrimento aos princípios morais e sociais.

No passado, buscamos compreender de onde viemos, quem foram e o que fizeram as pessoas que hoje são os ícones da nossa sociedade, e nestes, nos espelharmos.

O escotismo possui muitas e grandes figuras a serem reconhecidas e levadas em consideração nas atuais ações, suas maneiras de trabalhar e seu legado de conhecimento que para nós foi deixado, como livros, artigos, imagens e principalmente o exemplo, mantendo o mais intacto possível as boas experiências e símbolos.

Os tradicionais buscam suas bases no passado sem perder o foco no futuro.

O futuro

Os escoteiros tradicionais se preparam para o futuro guardando os ensinamentos do passado, mantendo as tradições e símbolos, levando às novas gerações o reconhecimento e os valores eternos dos escoteiros.

Neste futuro, os escoteiros estarão bem mais preparados por terem vivenciado muito das coisas que os antepassados viveram, terão agregados valores em seu íntimo, e por ter conhecimento destes valores, irão retransmitir às futuras gerações contribuindo assim com uma sociedade com valores fortes e identidade clara.

O que é a FET?

É a união das pessoas que se identificam com:

1. Um sistema de progressão contínuo, que inicia no momento que se entra no jogo até o ultimo dia. As etapas fazem parte da vida tanto dos castores, como dos lobos, juniores, seniores, pioneiros e chefes e é através dos desafios apresentados em cada etapa que vamos moldando cada parte do nosso ser.

2. As conquistas serão reconhecidas por distintivos, insígnias e sinais, que após o comprovado esforço para a conquista será concedido. Mas não são simples distintivos eles trazem uma carga de simbolismo grande e nos liga a todos os outros escoteiros no passar dos tempos.

3. Utilizam o mesmo uniforme, sendo aceitas pequenas variações no estilo e corte para que este responda a seu papel funcional de ser não só uma vestimenta, mas uma ferramenta.

4. Que procuram de uma forma ordenada e dentro dos órgãos competentes aprimorar o escotismo fazendo que os conhecimentos tecnológicos alcancem a todos sem perder a essência de vida rústica e natural.

5. Que acreditam que o movimento escoteiro é completo e através do incessante estudo dos escritos escoteiros a fim de compreender de forma plena o método escoteiro, não sendo inventores e sim inovadores.

O que procuram:

1. Trabalhar por uma causa e não por uma associação simplesmente, pois sabemos que o escotismo não tem fronteiras nem limites;

2. Difundir o conhecimento adquirido, pois sabem que é através disso que vamos crescer;

3. Defender as tradições, reconhecendo o trabalho de todos que puderam contribuir com o mundo de hoje;

4. Lutar pelos valores escoteiros independente dos problemas que possam advir, pois sabemos que no final serão reconhecidos.

5. Manter um clima de tolerância, mas não de aceitação das condutas desviantes negativas.

O lado triste da história de um dos defensores do Escotismo Tradicional.

Por pedido de alguns seguidores do Blog vou aqui postar um desabafo meu feito a algum tempo. Ao lerem primeiro vivam comigo as situações para depois comentarem.

Sou escoteiro desde outubro de 87, quando em uma conversa de escola com o Dudu descobri que poderia muito mais do que imaginava, descobri que poderia acampar, viajar e me aventurar como nos filmes de seção da tarde.

Comecei minha vida escoteira realmente com a minha promessa dia 21 de maio de 1988 no Grupo Escoteiro Ave Branca, patrulha Morcego, numa bela tarde de sábado fui interrogado pelo meu chefe o que era honra e prontamente respondi que era o que eu tinha mais de valor, que a meu ver não se poderia medir. Depois desse compromisso fui vivendo e sem perceber através do “sofrimento”, das conquistas, das amizades o que realmente era seguir as leis escoteiras. Ainda durante minha vida de escoteiro descobri que nem tudo eram flores, durante o V Ajuri, descobri que existiam escoteiros, se posso lhes chamar assim, que roubava, se drogavam e brigavam. Vi-me tendo que colocar cadeado em minha barraca, na época adiantava porque agora levam a barraca toda, a ter que me proteger dentro de uma atividade que era um sonho, eu com mais 7 mil escoteiros livres sem maldade no coração, ME DESILUDI PELA PRIMEIRA VEZ, voltei e depois de um tempo voltei a acreditar no sonho.
Logo na atividade seguinte, a Primeira “ASNA” que tinham seniores e guias, pude viver esse sonho, com cerca de 300 seniores e guias em Itatiaia, durante os dias de acampamento sofremos, nos divertimos e fomos escoteiros. Muitos sonhos meus de acampamentos se assemelham a esta atividade, isso me mostrou que era possível. Existiam regras para se participar de tal atividade, tive que me mostrar capaz e conquistar a minha EF I, simplesmente para poder acampar.
O acampamento foi tão bom para mim que voltei e contei a todos, dois anos depois estávamos a tropa toda, ao contrário da primeira que só tinha ido eu. Passei quase dois anos me preparando e adestrando a minha patrulha, tanto que a meu ver foi a recompensa de todo meu trabalho, recebi meu escoteiro da pátria e vi a minha patrulha como a mais graduada de toda atividade, nos divertimos e sem pensar demais vivemos um grande acampamento.
Nesse período meus chefes seniores sempre me mostraram que devemos ser leais aos nossos compromissos, devemos sempre nos superar, não simplesmente cumprir a tabela.
Quando completei meus 18 anos pensei, agora com pessoas mais maduras vai ser bem melhor, me envolvi nas discussões dos lideres, participava nos bastidores de várias situações, minha mãe era da diretoria regional, vi minha mãe fazer de tudo para que pudéssemos praticar um escotismo descente, indo até mesmo de encontro a decisões superiores. E ela me dizia, se disserem que vocês estão errados terão que provar, não é só dizer. Durante esse ano pioneiro fizemos um AREPIO (Acampamento Regional Pioneiro), decidimos que aquele ano iríamos fazer uma atividade mateira e que no ano seguinte seria uma grande atividade de serviço, topei e apoiei, mas no ano seguinte o acordado foi modificado, como um bando de seniores, eles montaram outra atividade idêntica a do ano anterior. No meio desse tivemos o Mutirão pioneiro Nacional em Sorocaba, fui muito empolgado, no fórum regional fui eleito delegado, estudamos os problemas trabalhamos muito e fomos a tal atividade, enquanto eu e mais 4 estávamos preocupados com o rumo do ramo pioneiro a maioria dos jovens estavam se embriagando e transando, nem um pouco preocupados com o mundo e o pior apoiados por vários mestres. Depois destes acontecimentos me desiludi com o ramo pioneiro, e já me encontrava com o projeto de Insígnia de BP em andamento, abandonei tudo e fui me dedicar à chefia da tropa escoteira.
Junto com meu antigo chefe o Elson e mais outros companheiros, iniciamos um lindo trabalho de co-educação, mesclando as meninas e meninos nas patrulhas, foi um sucesso rapidamente estávamos com a tropa completa, jovens loucos por conquistas de etapas, e se mostrando cada vez mais capazes. Como chefe escoteiro foi uma das melhores épocas, até porque conheci minha amada esposa. Depois de estarmos com nossa tropa nos trilhos, 7 chefes e 32 jovens, vimos a tropa sênior resumida em 4 jovens, isso não poderia acontecer, em reunião me dispus a ajudar como assistente da Ch. Marise, grande irmã, e juntos começamos o trabalho com o ”calderon”, era como chamávamos os 4 jovens. Com um trabalho de base e sem se preocupar com as orientações da UEB e seu MACPRO, levamos a tropa de 4 para 24, todos com tremenda garra, jovens que se superavam a cada desafio que colocávamos para eles, a Marise se afastou e eu me vi sozinho com a tropa, mas como era jovem e sonhador não desanimei, traçamos projetos, alguns não se realizaram mas tivemos uma grande tropa.
Um baque que recebi nessa época foi a morte de minha mãe a Chefe Elza Campos, que até o fim mesmo com câncer, batalhou e mostrou a melhor mãe e chefe que poderia ter. Brigava por nós, nos puxava as orelhas, era moleca e séria. Fez coisas que poucos na época conseguiam, como enquanto viva só o distrito dirigido por ela, melhor por todos os chefes, pois ela não centralizava, era o único que funcionava, enquanto distritos de grupos com pessoas de renome não faziam nada. Criamos as primeiras atividades distritais, as quais depois do sucesso, a direção regional tomou posse e veio com os enlatados que não tiveram o mesmo sucesso. Em 19 de abril de 97 ela faleceu, uma semana depois de ter sido reeleita Chefe de Grupo do Ave Branca, depois de 10 meses lutando contra o câncer, cabe um adendo os ditos amigos escoteiros da Dir. Regional pouco fizeram, mesmo sabendo que ela não sobreviveria deixaram para depois da morte a entrega das medalhas delas, q quando me entregaram foi simplesmente um pacote dizendo aqui estão as medalha da sua mãe. Deu-me vontade de manda todos ir pro espaço.
Na época de minha mãe já fazíamos de certa forma escotismo independente, pois o que criávamos colocávamos em prática e o filtro, Chefe Elza, nos purificava do mal que vinha do alto.
Depois da morte de minha mãe casei e comecei a conhecer o outro lado, ser chefe de família também. Mesmo com todos meus afazeres não me afastei, mantivemos o grupo eu no ramo sênior e meu eterno amigo/rival/escoteiro Alessandro na tropa escoteira, como nosso conhecimento fomos ajudando os chefes novos a tomarem posse do escotismo, em cursos na UEB sempre discordávamos das modernidades, lembro bem em um CAB, que estávamos discutindo sobre etapas e foi-se levantada a questão sobre a desatualização destas nos guias, concordamos mas indagamos, no nosso grupo as etapas são um roteiro a ser elaborado, a base são as etapas e o mais cada chefe cobra de acordo com o jovem, me disseram isso que deve ser feito por todos, mas não é assim que acontece, a maioria dos chefes é despreparado e não tem formação acadêmica, questionei que formação acadêmica não era a base, pois meu chefe sênior não tinha o segundo grau e era um excelente chefe, o erro está então na formação do chefe. Todos no curso concordaram menos a coordenação, pois ela falava que o problema estava nos guias. Hoje vejo que eles tanto fizeram que acabaram com um dos pilares do escotismo A CONQUISTA.
Fui me desiludindo, sendo cada vez mais tolhido pela UEB sem motivos aparentes. Em uma dada ocasião uma mãe formada por esses chefes voltou ao grupo e foi trabalhar na direção ajudando na parte administrativa, não entendia nada de técnica, mas insistia em querer se meter sem procurar entender, em uma eleição ela foi eleita a Presidente do Grupo, na época eu preocupava mais com os jovens do que com outras coisas, meu negócio era a tropa. E investida de todo esse poder começou a intervir no trabalho das tropas, proibindo acampamentos, se metendo em assuntos reservados á corte de honra, até o dia que esta senhora chamou a minha tropa e sem mais foi avaliar o meu desempenho junto aos jovens, e quando os meninos falavam bem ela questionava querendo direcionar os jovens contra mim, ao chegar e ver o que estava acontecendo entrei na reunião e perguntei o que estava acontecendo, chamei a senhora no canto e falei que não era ético fazer o que ela estava fazendo, tínhamos meios mais eficazes de fazer essa avaliação e porque ela era contra meu trabalho. Ela me respondeu, fui instruída pela Região que como presidente eu posso participar de tudo e orientar tudo se tivesse duvida era só ir pergunta a Direção, expliquei que não era assim o grupo é uma família e ela tinha pouco tempo e conhecimento dos membros dessa família ela me respondeu que quem mandava era ela e eu só respondi que: “Se o grupo é seu tenha bom proveito, enquanto estiver no grupo estou fora.” Saí com o coração partido reuni a tropa e passei a situação e me despedi.
Mas como não consigo ficar fora do escotismo, eu e outro chefe o amigo de longa data o Elson fomos colocar nosso serviço de escotista a disposição de outro grupo, fomos então para o Roberto Simonsen, no dia de nossa chegada a este grupo estavam realizando uma reunião de diretoria, com o fim de fechar o grupo, nos colocamos a disposição e não deixamos que o grupo fechasse. Começamos ali um trabalho grande, um grupo com 3 décadas de história não poderia ser fechado daquela forma. Na tropa escoteira, que era nossa especialidade começamos a trabalhar e dar suporte aos outros ramos. Começamos com um curso para monitores, onde reacendemos o desejo daquelas crianças. Com cerca de 6 meses de trabalho, mesmo contra os desejos da regional, em assembléia decidimos retornar ao uniforme, fomos procurados, pais foram incomodados mas conseguimos, nada de traje bagunçado.. Na nossa primeira aparição de caqui uma diretora Regional cheia dos princípios escoteiros disse em frente a nossos jovens: “QUE RIDICULO, COMO VOCÊS CONSEGUEM USAR ESSA ROUPA TÃO FEIA.” Isso diante dos nossos jovens. Isso me causou grande ressentimento Reerguemos a moral do grupo junto a entidade mantenedora, o SESI, bem como junto a comunidade escolar.
Um dia se apresenta um chefe vindo do nordeste, uma pessoa interessante e aparentemente disposta a trabalhar, como ele havia dito que trabalhava com seniores rapidamente colocamos eles na sênior, acreditando que nosso problema estava resolvido, com pouco tempo vimos uma competição infundada entre as tropas e tentamos acabar, mas foi difícil, o chefe que havia chegado a pouco se mostrou uma fraude, alertamos a diretoria do grupo quanto a isso, mas como ele era “vaselina”, a diretoria não sei porque começou a virar as costas para nós e dar apoio às loucuras de tal chefe. Diante disso como estava passando por problemas pessoais e o Elson estudantis, e não queríamos aquela briga, nos retiramos do grupo. Logo após a saída do grupo em uma atividade por falta de segurança uma jovem se machucou gravemente, em outro acampamento ocorreu um incêndio, como mau-caratismo não tem cura esse chefe começou a fazer cópias indevidas de documentos e livros e se colocar como autor, sendo descoberto pela direção regional e excluído o mesmo, não satisfeito ele recorreu à Assembléia Nacional e foi excluído. Tentou processo contra a UEB e perdeu. Mas como já nos tinham trocados pelo ”171”, ficamos como estávamos.
Três meses depois de nossa saída do Roberto Simonsen, em uma bela tarde de quarta, recebo o telefonema de meu irmão de sangue, pedindo que eu adestrasse a sua patrulha, me prontifiquei imediatamente e marcamos na minha casa. Momentos depois ele me retorna e me diz que não era possível fazer a reunião, perguntei o porquê e ele me disse que a Diretora do Grupo não havia permitido e que a chefe de tropa queria uma reunião no mesmo horário no shopping da cidade. Perguntei o motivo ele me disse que a referida diretora falou que se quisesse adestrar a patrulha dele podia procurar até o “Beira-mar”, menos eu. E ele me disse que argumentou que era meu irmão, ela disse que não importava.
Na mesma hora liguei para o Elson, grande companheiro de batalha e coloquei a idéia de criarmos um grupo ao moldes de nossos sonhos, prontamente ele disse que sim e se dirigiu a minha casa, nesta tarde eu, Elson, Vanessa(minha esposa), Rômulo meu irmão e o nosso primo Goiaba, fizemos a relação de antigos escoteiros e amigos para convidar pra participar de nosso sonho, foi assim que começou o Taguatinga.
Em nossas reuniões sempre falávamos, vamos criar um grupo para praticar escotismo e não uebismo,que não iríamos acabar com as etapas, tanto que compramos o estoque de distintivos do sul, a duras penas o grupo foi crescendo com esta proposta, eu me dediquei a tropa sênior e o Elson a tropa escoteira, começamos a trabalhar junto a administração da cidade, das secretarias que tinham envolvimento ecológico, a realmente fazer. A primeira aparição do Taguatinga em uma atividade regional foi uma tragédia, trabalhamos os meninos por quase um ano e quando chegamos, eles viram os outros escoteiros morgados, mau vestidos e sem vontade de nada. Perguntaram-me chefe o que é isso? Respondemos alguns escoteiros ainda perdidos. Continuamos trabalhando no grupo da forma que sempre acreditamos, sem dar bola pra UEB e ela fazia vista grossa, pois éramos mais e 60 inscrições e mensalidades regionais, ou seja, éramos dinheiro.
Até que começamos a conversar sobre independência, primeiro apareceu a ABEI, corria atrás, informações e tudo mais, mas não obtive êxito, pois rapidamente o site saiu do ar e depois fiquei sabendo que eles ficaram com medo da notificação extrajudicial que receberam da UEB. Os chefes do grupo Elson, Alexandre, Marlos e os outros falaram que deveríamos aguardar alguma se estabelecer para daí tomarmos uma decisão, mas algo em mim incomodava, não estava seguindo as regras da UEB, não estava sendo digno de confiança.
Nesse meio tempo a UEB ficou sabendo que queríamos desvincular e veio fazer uma visita de inspeção, o Dir. Tec. Regional veio acompanhou e fez vista grossa quanto aos distintivos de classe nos meninos, para ele estava tudo normal e muito bom.
No Jamboree de Brasília nos preparamos e começamos a trabalhar para participar em peso, pois seria em Brasília, mas mais uma decepção o preço, éramos carentes. Descobrimos que tinham conseguido uma verba grande que poderia ter subsidio, uma enganação. Como não obtiveram quorum abriram para os grupos participarem da abertura e de algumas atividades, nossos jovens foram em peso, e com um peso no coração, pois só ficaria um dia, mas como BP fazia na juventude, convenceram os pais de deixá-los ficar rodeando a atividade e astutamente entraram na atividade e participaram de praticamente tudo. Sem sequer serem indagados por alguém se eram escoteiros ou não.
Um mês depois, durante uma atividade de outro Grupo o Ave Branca, lembra dele, dirigida pela mesma Diretora que em tempos atrás tive problema, nos mantemos puritanos e não transmitimos rancor algum aos jovens, eles foram e o acidente aconteceu, durante uma travessia, que era uma das atividades do evento o Sênior Guilherme Pires (Piaba) morreu afogado. Dentro de todos os problemas já havíamos mandado o Processo de Concessão de Escoteiro da Pátria do Irmão do Guilherme o Felippe, tínhamos dado entrada 4 dias antes dele ter completado 18 anos, no meio dessa confusão da morte do Guilherme soubemos que havia sido negada a concessão e que o motivo foi intempestividade, ao argumentar com o Sr. Rubens ele disse que não havia sido entregue em tempo, argumentei que havia sido entregue a tempo bastava ele olhar a data da assinatura do coordenador distrital, diante disso ele falou que não poderia fazer mais nada, pois não sabia se era verdade, mesmo depois de ter confirmado com coordenador distrital. Não me contive fui chorar longe, o Felippe me vendo ali me perguntou e eu respondi o que havia acontecido, ficamos os dois em prantos no estacionamento da sede regional.
Diante disso resolvemos romper com a UEB e ajudar na criação da AEBP.
Fizemos a primeira reunião no Tacaúnas final de 2006 e no inicio de 2007 a assembléia de fundação. E quando fomos realizar nossa assembléia de constituição, ficamos sabendo que a Direção regional estava a procura de um pai para tomar o poder no grupo durante a assembléia, já haviam enviado cartas nos chamando de foras da lei e que tínhamos que voltar atrás, um pai preocupado com aquilo ligou para a região e depois de escutar algumas falsas verdades foi indagado se não gostaria de assumir o grupo e mandar o bando de loucos para fora, a Senhora Diretora recebeu a bela resposta, de que o pai havia andado em diversos grupos e que aquele ele tinha se afeiçoado e não gostaria de trair a confiança deposita pelos chefes nele.
Recebemos a ameaça de que durante a nossa assembléia constitutiva iriam aparecer alguns seres errantes, nos precavemos, procuramos advogados, fizemos contato na delegacia da área e colocamos viaturas na porta, para garantir o nosso direito. Ninguém apareceu e assim numa paz profunda e com os corações juntos no mesmo ideal “o escotismo”, criamos nossa associação local. Criamos nossos distintivos e nossos manuais e estamos trabalhando.
Fizemos parcerias com o governo, nos colocamos em nossa comunidade.
Hoje o nosso trabalho frutificou, alcançou outros estados e somos mais de 10 grupos escoteiros em atividade e formamos uma Federação Tradicional a FET Federação dos Escoteiros Tradicionais.
Esse foi o desabafo curto de um coração apaixonado pelo escotismo.
Depois conto as maravilhas que vivi no escotismo, pois são essas maravilhas que me fazem APAIXONADO PELO ESCOTISMO.

Embasamento do Escotismo Tradicional

      Vamos aqui conversar um pouco de uma forma pedagógica sobre o método escoteiro tradicional, já trazendo que não é tudo, aqui trouxemos a luz apenas alguns dos pensadores que se alinham com a forma tradicional do escotismo. Cabendo a você leitor se aprofundar mais no método escoteiro tradicional e entender. Sugerimos se aprofundar também no programa escoteiro tradicional o qual é o método em ação, trazido de forma direta e prática.

Método Escoteiro:
      Conjunto de pontos que formam a base necessária para a aplicação do programa escoteiro. Compõe-se dos seguintes pontos:

a.Experimentação – É vivenciando as atividades escoteiras tradicionais que o jovem aprende, desenvolve e inova seu mundo é aprendendo pela pratica ele vai experimentando e aprimorando seus conhecimentos.
b. Orientação pela Lei e Promessa – O Escoteiro Tradicional é estimulado através das experiências a assumir voluntariamente um código de conduta que o leva a um conjunto de valores e estes são representados pela Lei e Promessa.
c. Sistema de Patrulhas – Vivendo em pequenas equipes cooperativas eles desenvolvem valores e habilidades, a patrulha é unidade para todo o trabalho desenvolvido no Escotismo Tradicional.
d. Superação e Meritocracia– Cada jovem experimenta a sua maneira e cresce dentro do seu ritmo, orientado por chefes e pelo sistema de etapas e conquistas, vai individualmente superando desafios e adquirindo habilidades e quando atinge um padrão mínimo lhe é reconhecido com um distintivo conquista.

e. Atividades rústicas, ativas e criativas – Os jovens são impelidos a participar pela grande variedade de atividades diferentes que o escotismo tradicional oferece e de uma forma progressiva ele vai do conhecimento elementar e rústico até um bem elaborado, variando sempre as formas de aplicação.

        Dentro do método podemos encontrar embasamento em diversos autores, contemporâneos a B.-P. e também pós B.-P.

Em o “Emílio da Educação” (obra de Rousseau* escrita em 1762) fornece suporte essencial para pensar a educação infantil, pois a criança precisa ser formada como “senhora de si mesma” e respeitada em seu mundo. Isso não significa que a criança não tenha limites morais, físicos e sociais, mas sim ao contrário, tratar bem a infância também é integrá-la ao convívio social e para que isso aconteça é necessário que os adultos percebam e disciplinam progressivamente seus desejos e os levem a conhecer seus limites.
Neste contexto as leis escoteiras as quais são aceitas voluntariamente servem de norteadoras e cerceadoras desta criança. A vida em equipe proporciona a vivencia social "in natura" dos jovens sem a indevida interferência do adulto, com atividades sempre adequadas ao cognitivo destas. E o acompanhamento pessoal com a orientação individual faz com que cada vez mais se adeque a metodologia à criança

Jean-Jacques Rousseau foi um dos mais considerados pensadores europeus no século XVIII. Sua obra inspirou reformas políticas e educacionais, e tornou-se, mais tarde, a base do chamado Romantismo. Formou, com Montesquieu e os liberais ingleses, o grupo de brilhantes pensadores pais da ciência política moderna. Em filosofia da educação, enalteceu a "educação natural" conforme um acordo livre entre o mestre e o aluno, levando assim o pensamento de Montaigne a uma reformulação que se tornou a diretriz das correntes pedagógicas nos séculos seguintes. Acordo livre onde o educador oferece os parâmetros mínimos e o jovem por livre vontade adere. Nunca se confundindo com a libertinagem educacional onde o jovem mesmo estipula as regras avaliativas, pelo simples motivo que o ser humano sempre procura o menor esforço o que na questão educativa o menor esforço não tem utilidade para provocar o desenvolvimento de novas competências.

      Behaviorismo** conduz a uma tese sobre o sistema de aprendizagem, apoiada sobre mapas cognitivos – interações estímulo-estímulo – gerados nos mecanismos cerebrais. Assim, para cada grupo de estímulos o indivíduo produz um comportamento diferente e, de certa forma, previsível. Como podemos tomar por exemplo alguns povos e diversos tempos tiveram estímulos e desenvolveram um comportamento mais aguçados em diversas partes. Hoje algumas correntes educacionais se valem de estimular constantemente a criança elevando seus limites e assim, segundo
estes preparar melhor o ser para uma competição moderna. Pode-se aplicar isso nos mais diversos aspectos, físicos, mentais, espirituais e até sentimentais.
        Os estímulos oferecidos pelas atividades escoteiras, as quais têm a característica fundamental de ser desafiadora, provoca uma quantidade de estímulos e estes por fim produzem uma gama de comportamentos, que em poucos outros ambientes educacionais se nota. Um jovem que é desafiado a romper um limite produz um comportamento até certo ponto previsível e sendo assim se pode adequar e aprimorar sempre as atividades, levando em conta todos os outros pontos do método.
Segundo os pesquisadores das funções cerebrais. O cérebro humano, com os seus bilhões de células nervosas e um número astronômico de inter-conexões entre elas, é certamente a mais complexa e sofisticada estrutura no universo conhecido - é, verdadeiramente, a coroa da criação. No entanto, a maioria das pessoas usa apenas uma pequena fração do potencial total do cérebro. A principal meta da educação deveria ser cultivar o pleno potencial do cérebro.
        O cérebro é moldado de acordo com cada experiência que se tem. A imagem da neve a cair, o odor de uma pinha, o som de uma buzina de automóvel, as dores, desejos e rompimento de limites – tudo o que pensamos, vemos e fazemos estimula uma parte específica do cérebro e modifica a sua estrutura e funcionamento. Desta feita, quanto mais estimulado a crescer e a romper barreiras for esse ser, maior será a nossa utilização cerebral.
       Por isso o escotismo tradicional busca o maior número de experiências possíveis dentro do seu leque de atividades, evitando aquelas que são consideradas prejudiciais para o corpo e psique da pessoa, como as que são contrárias a natureza humana, nunca estimulando atitudes e pensamentos que vão de encontro as bases morais e religiosas. 
      **O Behaviorismo – do termo inglês behaviour ou do americano behavior, significando conduta, comportamento – é um conceito generalizado que engloba as mais paradoxais teorias sobre o comportamento, dentro da Psicologia.

      Jean Piaget, para explicar o desenvolvimento intelectual, partiu da ideia que os atos biológicos são atos de adaptação ao meio físico e organizações do meio ambiente, sempre procurando manter um equilíbrio. Assim, Piaget entende que o desenvolvimento intelectual age do mesmo modo que o desenvolvimento biológico (WADSWORTH, 1996). Para Piaget, a atividade intelectual não pode ser separada do funcionamento "total" do organismo (1952, p.7) :
      Do ponto de vista biológico, organização é inseparável da adaptação: Eles são dois processos complementares de um único mecanismo, sendo que o primeiro é o aspecto interno do ciclo do qual a adaptação constitui o aspecto externo.
         Ainda segundo Piaget (PULASKI, 1986), a adaptação é a essência do funcionamento intelectual e emocional, assim como a essência do funcionamento biológico. É uma das tendências básicas inerentes a todas as espécies. A outra tendência é a organização. Que constitui a habilidade de integrar as estruturas físicas e psicológicas em sistemas coerentes. Ainda segundo o autor, a adaptação acontece através da organização, e assim, o organismo discrimina entre a miríade de estímulos e sensações com os quais é bombardeado e as organiza em alguma forma de estrutura. Esse processo de adaptação é então realizado sob duas operações, a assimilação e a acomodação.
      Assimilação é uma integração às estruturas prévias, que podem permanecer invariáveis ou são mais ou menos modificadas por esta própria integração, mas sem descontinuidade com o estado precedente, isto é, sem serem destruídas, mas simplesmente acomodando-se à nova situação.
        Chamaremos acomodação (por analogia com os "acomodatos" biológicos) toda modificação dos esquemas de assimilação sob a influência de situações exteriores (meio) ao quais se aplicam.
WADSWORTH diz que (1996, p. 7) "A acomodação explica o desenvolvimento (uma mudança qualitativa), e a assimilação explica o crescimento (uma mudança quantitativa); juntos eles explicam a adaptação intelectual e o desenvolvimento das estruturas cognitivas." Essa mesma opinião é compartilhada por Nitzke et alli (1997a), que escreve que os processos responsáveis por mudanças nas estruturas cognitivas são a assimilação e a acomodação.
      Segundo WADSWORTH (1996), uma criança, ao experienciar um novo estímulo (ou um estímulo velho outra vez), tenta assimilar o estímulo a um esquema existente. Se ela for bem sucedida, o equilíbrio, em relação àquela situação estimuladora particular, é alcançado no momento. Se a criança não consegue assimilar o estímulo, ela tenta, então, fazer uma acomodação, modificando um esquema ou criando um esquema novo. Quando isso é feito, ocorre a assimilação do estímulo e, nesse momento, o equilíbrio é alcançado.
       
        Podemos concluir que sempre que provocamos situações extremas o organismo tende a se equilibrar e acomodar, buscando estar pronto para uma nova experiência repetida ou de maior intensidade. Durante os acampamentos, os jogos, nas mais diversas atividades podemos provocar situações infindas para que estes jovens experimentem, assimilem, acomodem e equilibrem. Muitas vezes com algumas repetições e outras com novos desafios em áreas ainda não exploradas. Tudo isso feito em ambiente rústico e muitas vezes inóspitos.
        O ambiente rústico das atividades escoteiras tradicionais bem como o desafio fora do ambiente moderno super protetivo é o mais propício, ambiente onde gradativamente o jovem vai adquirindo autossuficiência e consegue enfrentar e trabalhar suas desabilidades. 

A Educação escoteira sob a luz de Deus.

         O escotismo tradicional tem como amalgama de todo seu trabalho Deus onde como peça central de junção harmoniza e orienta todo o trabalho. Baden-Powell bom sabedor destas coisas, o qual foi educado em uma família tradicional cristã, apesar de perder o pai muito cedo teve seu irmão Warington como peça chave. B.-P algumas vezes foi indagado sobre questões envolvendo relacionamento humano e sempre respondeu a luz da Bíblia. O próprio método é uma compilação dos princípios cristãos para o meio secular.

      Qual é o valor de prestar atenção à educação das crianças desde muito cedo? A Bíblia diz em Provérbios 22:6 “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele.”
        Que espera Deus dos pais enquanto eles educam os seus filhos? Os pais devem ser um exemplo piedoso em palavras e ações. A Bíblia diz em Deuteronômio 6:6-7 “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos, e delas falarás sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te.”
      Que espera Deus de uma mãe? A Bíblia diz em Provérbios 31:26 “Abre a sua boca com sabedoria, e o ensino da benevolência está na sua língua.”
A disciplina é uma expressão do amor da parte dos pais. A Bíblia diz em Provérbios 13:24 “Aquele que poupa a vara aborrece a seu filho; mas quem o ama, a seu tempo o castiga.” A correção firme e afável ajuda as crianças a compreender. A Bíblia diz em Provérbios 29:15 “A vara e a repreensão dão sabedoria; mas a criança entregue a si mesma envergonha a sua mãe.”
          O propósito da disciplina é para ajudar as crianças a atingir maturidade, não para enfurecê-los. A Bíblia diz em Efésios 6:4 “E vós, pais, não provoqueis à ira vossos filhos, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor.” Muitas vezes, as crianças pagam as conseqüências dos pecados dos pais. A Bíblia diz em Êxodo 34:7 “Que usa de beneficência com milhares; que perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado; que de maneira alguma terá por inocente o culpado; que visita a iniqüidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até a terceira e quarta geração.”
         Como quer Deus que os filhos se comportem? A Bíblia diz em Efésios 6:1 “Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo.”
     
       Diferente de outras correntes do escotismo, a Tradicional não vê espaço para coisas como ateísmo, politicagem ou até mesmo agendas de gênero, tratando todos de forma igual dentro das suas desigualdades, mas não coadunando com o comportamento desviante negativo. Acreditamos que a vida atual baseada em princípios tradicionais é a mais salutar possível. E que alguns assuntos existem seu ambiente apropriado para serem tratados como o seio familiar ou até clínico.

Para pensar:

Tentemos descobrir as razões do fracasso na vida humana.
Uma simples observação levar-nos-á a encontrar os porquês desses fracassos e, conhecida a causa, estaremos habilitados, talvez, a tomar partido melhor a nosso favor.
O primeiro motivo, a nosso ver, é o predomínio do eu, tão natural ao nosso coração.
O egocentrismo é moléstia perigosa, capaz de derribar mesmo que seja um edifício sólido como o é o da sociedade humana.
Se o homem fôra feito só para pensar em si mesmo, circunscrever-se ao seu próprio eu, naturalmente. Deus lhe não teria dado uma companheira nem o teria feito responsável pela perpetuidade da espécie.
O interesse da vida não alcança só o individuo. Vai ao semelhante, atinge o próximo.
Quebrada esta lei, violado este princípio, fatalmente virá a desordem aos sistema social nosso. E é precisamente isto o que estamos encontrando pelo nosso caminho.
Outro motivo, ao nosso ver, é a insaciabilidade que nos devora.
Aquele sentimento tão belo e tão maravilhoso, decantado por São Paulo, o sábio, o filósofo, o crente que jaça, aquele sentimento que lhe empolgara a vida toda, sentimento que o levava a contentar-se com qualquer situação que lhe ocorresse, é avis rara no viver dos nossos tempos.
Há uma preocupação constante, da nossa parte, com os problemas da vida e de tal maneira os dificultamos que os deixamos a todos sem solução alguma.
Vai assim pelo mundo afora...
Ora, esse eterno nunca contentar das nossas eternas ambições, mui naturalmente, conduz á condição que caracteriza os nossos dias.
Outro fator do fracasso, parece-nos a nós, é o esquecimento de nossa dependência de Deus.
Pensando só em nós mesmos, preocupados só com o que poderia concorrer para a nossa só felicidade pessoal, embora prejudicados os interesses alheios, não procuramos atender os clamores vivos da noss’alma, alienamo-nos da verdade fundamental de que há um Supremo Governador de todas as coisas e de que sem a obediência á sua vontade nada poderemos obter e, conseqüentemente, nos tornamos como aquele cego, de quem falava Jesus na sua parábola, o qual, sendo guiado por outro cego, infalivelmente, iria cair na primeira vala que deparasse pela estrada a dentro.
De certo, há outros motivos. Mas esses são os mais fortes e os mais temíveis. E no dia que o homem quiser acertar, realmente, aceitar e vencer, evitar o fracasso, sob cuja ameaça tem sempre vivido, nada mais lhe resta fazer senão fugir desses três ocasionadores de todas as desditas – o egoísmo, a incontentabilidade do seu coração e o alienamento de Deus! - Rev. Joel de Melo Miranda

Barreiras para o Bom Escotista



Os escotistas são voluntários no movimento escoteiro, são pessoas que dedicam boa parte de suas horas vagas a aprender e ensinar nossos jovens, hoje temos uma grande dificuldade na formação destes educadores.


A dificuldade se encontra de início na forma das pessoas se portarem hoje diante das situações, desde novos somos levados a algumas certezas, que não devem ser alteradas, sabemos que os princípios morais não se alteram, mas daí as formas de vermos o mundo tem que ser constantemente alteradas, novas descobertas nos fazem ver o mundo com os horizontes mais distantes, muitas descobertas já foram feita as dezenas até centenas de anos, mas como alguns de nós vivemos em nossas ilhas individuais não tomamos conhecimento.

Outra grande dificuldade é a falta de fé em algumas coisas que nos são apresentadas trazemos uma bagagem grande de vida e esta vida nos trouxe vários paradigmas que são de difícil modificação. Não acreditamos muitas vezes que outras pessoas nas mesmas situações que nós, tiveram idéias e comportamentos melhores que os nossos, por isso dizemos que isso não vai dar certo. Quantas vezes ouvimos isso em nossas vidas, e sempre que escutamos uma parte dessa frase fica em nossas mentes como palavras que ecoam.

Mas a maior dificuldade é a vaidade de cada um, a dificuldade que temos de assumir que estamos errados e a vontade de fazermos algo meritório e que todos possam nos reconhecer. O ser humano quer deixar sua marca na história e fazer com que o mundo mude, mesmo não se preocupando muitas vezes se a mudança é para o bem ou para o mal.

Então para começarmos a crescer temos que eliminar estes três principais entraves.

Primeiro a releitura do ambiente que nos certa tem que ser diária, posso até dizer a cada minuto, pois a cada minuto temos mais informações para analisar as antigas situações e superar as que estão por vir. Hoje com o acesso em massa da informação não podemos nos furtar de aprender as várias interpretações do mundo, em um acesso à internet no “Google” podemos ter milhares de citações e formas de ver a mesma coisa, daí podemos ver que não somos os donos da verdade, mas sim os construtores da nossa verdade que pode ser mais um tópico na pesquisa do Google.

Com relação a fé, quando me refiro a fé digo em acreditar em algo que foi pensado e traçado por alguém que fez uma leitura, temos que primeiro experimentar aquela visão, participar e compartilhar de tudo que foi traçado, para só depois colocarmos as nossas impressões, modificarmos ou até abandonarmos a causa.

E o maior desafio de todos é controlar nossa vaidade. O ser humano é pura vaidade e ela se não estiver sob controle deixa de ser a força motriz e vira a força destruidora. Vamos deixar nossa marca se tivermos calma, tranqüilidade e determinação, aqueles que muito brigam em um primeiro momento e depois deixam de lado as lutas são as pessoas mais vaidosas, pois a vaidade é qualidade de fracos.

Então temos que aprender a desaprender, ter fé na visão dada por Deus aos outros antes de nós e por ultimo controlar nossa vaidade e trabalharmos em prol do que acreditamos.

Os monitores

Muitos chefes reclamam por não terem apoio de outros chefes, assistentes e instrutores, B.-P Já sabia que é difícil encontrar voluntários que destinam parte do seu tempo para o próximo por isso ele lançou mão dos monitores.


Desde sua infância em Chartehouse onde ele era acompanhado por monitores nos intervalos das aulas e passando por Mafeking onde viu o jovem Sargento do Corpo de Cadetes Warner Goodyear liderar os demais jovens durante a Guerra de Transvaal em todas as tarefas que eram solicitadas pelos adultos.

Mas apesar disso muitos chefes não acreditam na capacidade dos monitores. B.-P já dizia:

“Alguns poucos Chefes Escoteiros estão atrasados no tempo, e por conseqüência suas Tropas ficam abaixo da média, não fazendo uso suficiente dos monitores de Patrulha. Eles deveriam dar aos seus auxiliares tanta liberdade quanto a que gostariam de obter de suas Associações ou de seus Comissários. Devem se assegurar que os Líderes de Patrulha sejam responsáveis por tudo de bom ou de ruim que aconteça em suas patrulhas.

Devem dar-lhes responsabilidades, deixar que façam seu trabalho, e se cometerem erros, deixem-nos fazer assim, e depois mostrem onde e o que estava errado – só desse modo ele aprende. Metade do valor do nosso treinamento sobrevém de colocar responsabilidades nos ombros dos jovens. É especialmente valioso para domesticar os espíritos mais selvagens, pois isto lhes dá algo que podem levar adiante em lugar das atividades arruaceiras, igualmente aventureiras, mas menos desejáveis.

Abril de 1910.


É interessante citarmos o “domesticar os espíritos mais selvagens, alguns chefes acham que isso não deve ser feito, deturpando o Ask for Boys, mas isso será tratado em outro momento.

Então chefes parem de reclamar e ajam e façam que seus jovens vivam a pujança do escotismo.

Nosso Exemplo

Vemos como nosso exemplo irá mudar o mundo.